DEPOIS DAS FÉRIAS DE VERÃO, O REGRESSO ÁS ATIVIDADES "LECTIVAS"

DEPOIS DAS FÉRIAS DE VERÃO, O REGRESSO ÁS ATIVIDADES "LECTIVAS"

Após a habitual pausa de verão nos eventos que seguimos mais de perto, o regresso fez-se realmente em força, com uma sequência de eventos que quase nos levaram a percorrer os quatro cantos do país: Norte, Sul, Este e Oeste...

CISET 4X4 OLIVEIRA DE FRADES 2023:  A SEGUNDA VIAGEM DO ANO ATÉ Â REGIÃO DE LAFÕES

Antes da pausa de Verão já tinhamos estado em Oliveira de Frades, para disputar o Challenge TT, válida para a FMP e onde estiveram motos, quads e SSVs.  Agora no recomeço das hostilidades fêz-se também nesta localidade, com a disputa do Extreme Trial Oliveira de Frades: Esta era uma prova nova no nosso calendário, também ela realizada  no Aeródromo da Pedra Broa, que tanto quanto nos é dado a perceber não tem utilização como pista de aviação e que é assim aproveitado como espaço de eleição para eventos de desporto motorizado dada a existência de uma longa pista asfaltada. Mas para uma prova de Trial o asfalto até pouco importa a não ser para a instalação do paddock e do público, o que realmente veio a dar muito jeito dadas as condições meteorológicas de aguaceiros fortes que foram se repetindo ao longo do dia-

Olhando por trás da lente da minha máquina, a configuração das pistas e da prova em si tornou fácil o trabalho. Os obstáculos concentravam-se todos numa zona da pista, permitindo que com "meia dúzia de passos" para um lado ou para o outro ficava tudo mais ou menos controlado. Por outro lado, habituado a pistas com um pouco mais de diversidade, esta de alguma forma soube a pouco. As limitações do espaço e o tipo de terreno existente no local, obrigaram a organização a uma utilização o mais racional possível, construindo quase todos os obstaculos numa fachada rochosa virada a sul, tornado o que seria uma limitação numas mais valia e permitindo também ao publico uma visibilidade excelente sobre os pontos de ação.

A chuva apareceu várias vezes durante a prova, o que para quem tem como responsabilidade registar o evento, causa sempre alguns calafrios pois temos mesmo que lá ir. Preparado para o efeito resisti a um primeiro aguaceiro forte, ao segundo tive que procurar abrigo e fazer o melhor uso possível da minha 100-400 para mesmo de longe ir conseguindo recolher algumas imagens. O Drone ainda consegui tirar da mochila para um curto vôo, mas rapidamente o voltei a guardar por causa de mais chuva.

Algumas das imagens estão disponiveis aqui: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.815518497242716&type=3

oliveira frades

 

BAJA TT SHARISH 2023: UMA DAS FAVORITAS

Não tenho como negar, esta é das provas que mais gosto de assistir e fotografar. Bem organizada, sempre com uma boa lista de inscritos, é na paisagem e no ambiente em que se disputa que encontro o maior atrativo. Mesmo que as imagens não saiam nada de especial, é sempre um prazer ir a esta corrida... E depois, estando no Alentejo, há o problema da dieta...

Há no entanto uma coisa nesta corrida que gostaria de ver melhorada: A parte que se disputa do lado de Mourão. Compreendo a necessidade de lá ir, e acho que deve ir, mas a prova devia ser mais "acessível" ao público e também a nós que lá vamos fazer algum tipo de trabalho. Este ano a introdução do pequeno troço mais sinuoso nesta parte foi uma adição muito bem vinda.

Provavelmente, se rumo da vida e evolução da região continuar tal como tendo vindo a ser nos últimos anos, esta prova irá ver a sua realização progressivamente difícil ano após ano, apesar da organização fazer de tudo e mais alguma coisa ao seu alcance para a conseguir colocar de pé e com o nível que todos gostamos. A crescente modificação do espaço rural de toda a região, que tem levado a que o  Alentejo se assemelha cada vez mais a uma extensão de Espanha com olivais e mais olivais e outras culturas permanente que dependem da agora abundante água do Alqueva, roubou espaço ás Azinheiras e Sobreiros que vão sucumbindo aos poucos. Aos poucos, os caminhos outrora abertos, muitos deles seculares, vão desaparecendo ou são fechados, impendido o acesso das pessoas, mas também da corrida. Compreensível em muitos casos, mas nem sempre. Também o subir do nível das águas do Alqueva ocultou para sempre caminhos que se podiam usar e agora não existem mais. Parece quase irónico, mas o "grande capital" está mesmo a tomar conta do Alentejo e a fechá-lo ao comum dos mortais. Será isto o progresso?

Dito isto, há que aproveitar e registar o mais que pudermos destas prova enquanto ela existe, e foi isso que tentámos fazer este ano. Com alojamento reservado há muitos meses, tivemos a sorte de ficar a 2 ou 3 quilómetros do troço principal, o que minimizou muito as deslocações. Visto o mapa, percebemos que a prova passava em vários dos nossos "spots" de estimação, conhecidos já de edições anteriores, mas dado o sentido da corrida, a maior parte deles ficava no fim do troço, o que não nos servia. Focámo-nos então no zona inicial da pista, onde tínhamos mais dois ou três pontos. O ponto que mais queríamos poder fotografar ficou inviabilizado devido ao mato, pois as estevas taparam por completo o angulo de foto. Confrontados com este problema fomos á descoberta, andando apenas um quilómetro em frente. E ainda bem que fomos, pois identificámos 2 pontos que até já sabíamos que lá estavam mas nunca tínhamos lá ido e que se viriam a revelar muito interessantes. Assim se passou sábado.

Domingo estava decidido desde inicio que iria ser dia de descoberta, pois iriamos visitar dois pontos onde nunca tínhamos estado e não sabíamos. Felizmente correu como esperávamos, fizemos exatamente o que íamos á procura, e aprendemos algumas lições caso a corrida regresse a este ponto em 2024, no mesmo sentido, principalmente no que diz ao tipo de lente a usar.

Estivemos em dois locais com Oliveiras centanárias, e em conversa com um habitante local, ficámos a saber de que existe um registo destas árvores históricas, que a identifica e protege. Esperamos mesmo que assim seja, pois elas assim o merecem, e que não sucubam perante mais um "investimento agrícola " de grande importância... para a Extremadura Espanhola.

   FOTOS DISPONIVEIS MEDIANTE PEDIDO    

reguengos

 

X-TROPHY / SUPER SSV BARCELOS: RUMO AO DESCONHECIDO

Ainda não fui ver as coordenadas geográficas, mas provavelmente o X-Trophy Barcelos terá sido a prova mais a norte de sempre desta competição. Há uns anos atrás estivemos em Cabeceiras de Basto, mas aqui foi a primeira vez.

Esperava que a orografia do local fosse mais sinuosa, mas não, os terrenos circundantes à localidade de Paradela - a anfitriã da corrida, são compostos por montes e vales suaves, nada de dramático com serras, penhascos e vales muito profundos, pelo que os participantes que foram de sul não encontraram aqui grandes diferenças. Porém a pista tinha uma grande diferença face ás do Alentejo e Ribatejo por onde o X-Trophy regra geral se disputa, grande parte do traçado era disputado por caminhos ladeados pelos muros de pedra tão comuns nesta zona do país.

A organização fez a meu ver um bom trabalho, limpando e tanto quanto possível alargando a pista para que as provas de sábado e domingo pudessem decorrer em segurança e dentro da normalidade. Conseguiram também criar uma zona de espetáculo muito interessante e acessível, com boas curvas e um salto que agradou aos pilotos, mas sobretudo ao público que se pode concentrar aqui e assistir á prova em total segurança e num sitio com interesse.

Do lado de trás da minha lente , e feito o trabalho principal em qualquer uma das provas que se disputaram, procurei depois ir à "caça" de imagens que mostrassem também um pouco do ambiente em que a corrida se disputou. Dada a configuração das provas em termos de programa não há grandes possibilidades de tempo para procurar locais, mas ainda assim correu bem e posso assumir como objetivo cumprido. Uma caminhada monte a cima e outra monte a baixo a rapidamente me encontrei dentro a paisagem típica da zona e fazer alguns registos um pouco mais "personalizados".

Barcelos acabou por ter um momento de satisfação pessoal e profissional algo inesperado, que foi finalmente poder ver um trabalho meu em formato mesmo muito grande, mas mais do que ver, foi ver e gostar do que vi. Sentir que tinha feito algo bem feito, que certamente tem erros que outros não fariam, mas que a mim de deixou orgulhoso e mim mesmo.  Obrigado ao Moto Clube Moto Galos e aos seus parceiros por terem confiado em mim para fazer isto.

   FOTOS DISPONIVEIS MEDIANTE PEDIDO    

 

barcelos

 

BAJA OESTE:  A PROVA DAS DECISÕES DIFICEIS

A Baja Oeste é uma corrida que considero ter sido uma excelente adição ao "programa das festas". É disputada numa região com muito público, com muitas possibilidades de caminhos, porém também oferece à organização um desafio logístico enorme, dada a quantidade de cruzamentos, bifurcações, passagens de alcatrão e localidades atravessadas.

Para mim o problema é sempre o mesmo: Que corrida assistir? Carros ou Motas? - Pois uns estão de um lado, os outros estão do outro. Feitas as opções, ficámos a saber que no sábado não conseguiríamos fazer a corrida do CNTT toda para conseguir depois apanhar os Automóveis. Já no domingo, esquecer por completo os Automóveis, e concentrar a atenção apenas no CNTT.  Já o prologo moto, disputado á sexta, infelizmente e por enquanto é impossível de assistir.

O dia de sábado levou-me ainda antes do nascer do Sol até bem perto da partida. A curva que escolhi tinha bastante potencial, mas foi arruinada por dois fatores que ninguem controla. Em primeiro lugar a nebulosidade que tapou o nascer do sol e deixo-me á mingua em termos de luz, tanto pior porque estava dentro de uma mata de eucaliptos. E depois, a ausência de vento fez com que a cada passagem de concorrente ficasse no ar um pó espesso que demorava tempos demais a dissipar-se. Como vale mais cortar um dedo do que cortar a mão, terminadas as motas, mudei-me para uma zona próxima, mas em que os pilotos já vinham com mais de 100km feitos. Voltei a apanhar os concorrentes moto, os moto 4 e alguns SSV. Mas esta decisão colocava em risco conseguir ver os carros, os quais apenas iria ter uma hipótese de ver durante todo o fim de semana, e como não queria perder a oportunidade, adiquei dos SSV que ainda faltavam e que entretanto também já chegavam a mim muito separados em termos de tempo. Tomada a decisáo de ir para a prova Auto, ainda fui espreitar dois um punhado de sitios que "possiveis", mas acabei por ir para o que já tinha pré-estudado. Este "poleiro" tinha como particularidade conseguir ver os concorrentes duas vezes, uma delas por bastante tempo, o que permitia fotografar e também assistir à corrida.

Para domingo o plano era simples: Fazer apenas CNTT, chegar a cedo ao local e lá ficar quieto até passar o ultimo SSV, e depois regressar a casa para rapidamente catalogar e publicar as fotos. E assim foi, em termos de "programa" correu tudo na perfeição, sem falhas. A única nota invulgar é que o local tinha dois pontos de passagem em que os pilotos se encontravam de frente, e a sinalização e fitas que a organização tinha deixado não era a melhor para um dos pontos, pelo que muitos pilotos partiram fitas. Por causa disto, eu e um outro homem que lá estava fomos vezes sem conta repor as fitas de segurança e melhorar a marcação da curva para evitarmos possíveis acidentes ou enganos por parte das equipas.

   FOTOS DISPONIVEIS MEDIANTE PEDIDO    

 

oeste

 

Oeste 2

 

CISET 4x4 VN CERVEIRA ou TROFEU YAMAHA EVORA? 

O fim de semana de 14 e 15 de Outubro tornou-se algo complicado para mim, com 2 provas disputaram-se no mesmo dia, mas em pontos do nosso país bastantes distantes um do outro, um no extremo norte, e outro no Alentejo mais ou menos central.  A decisão algo dificil, acabou por surgir até de forma natural, pois Vila Nova de Cerveira era um desafio de logística, no caso as viagens, que deixavam muito pouco tempo de descanso para conseguir estar onde devo ás 8 da manhã de segunda com a cabeça no lugar e os neurónios perto dos 100%. Assim, apesar das responsabilidades que tenho neste Troféu, abdiquei da viagem ao Minho, a qual que gostava bastante de ter podido fazer, mas por outro lado acabou por se abrir a oportunidade de ir até Évora para fotografar a última prova do ano do Troféu Yamaha.

Sábado de manhãzinha, rabinho sentado dentro da viatura oficial, uma horinha de alcatrão pela frente, e eis-me rumo a Évora. Nunca lá tinha ido, ouvi comentários de que o sitio nem era grande coisa, mas eu gostei bastante. Acessível, com espaço, particularmente bem localizado perto dos parques do centro comercial, onde ainda pude ir almoçar. Em termos de logística perfeito.

A prova em si, apenas achei que as pistar eram algo curtas, com os pilotos das categorias mais participadas a andarem sempre muito juntos, mas isto é uma opinião apenas e não uma critica. Levei algum tempo a conseguir encontrar os sítios do meu agrado, mas uma vez feito isso, o objetivo passou por conseguir ter pelo menos uma imagem de cada piloto em cada um dos sítios. Não deu para todos, mas deu para boa parte.

Este formato de corrida é talvez dos mais atrativos para pilotos e publico. É muito "democrático" pois há muitas classes, muitas corridas, que vai desde os mais pequeninos até aos pilotos mais velhos que ainda se atrevem a andar de mota. E permite que diversos níveis de experiencia participem juntos. Nesse aspeto é parecido com o X-Trophy, mas o formato de corridas é muito diferente.

   FOTOS DISPONIVEIS MEDIANTE PEDIDO    

yamaha evora

 

---------------------

As fotos de todas estas provas já não estão on-line, mas estão disponiveis mediante solicitação.

 

Helder 5/11/2023

Artigos relacionados